A campanha do outubro rosa é super valiosa e imprescindível pq funciona como um alerta. É um alarme que fica soando alto o mês todo para que mulheres possam escutar, possam perceber a importância e possam agir, fazendo o autoexame e marcando suas consultas e exames de imagem (mamografia e ultrassonografia). É tb um mês focado e dedicado à informação de qualidade de modo acessível e tudo isso é grandioso e deve ocupar o ano todo.
Porém, usando a analogia com a cor, nem tudo é rosa quando pensamos, principalmente, em alguns atrasos e ausências no atendimento público ou quando pensamos nas pessoas trans e nas mulheres pretas. Isso pq estudos mostram disparidades no acesso ao tratamento em relação às mulheres brancas e ao atendimento particular e, consequentemente, a taxa de mortalidade maior pode tb estar relacionada a esses fatores. Nesse sentido, políticas públicas e verbas para o tratamento de câncer são fundamentais (e não cortes, como vimos recentemente)!
Além disso, nem tudo é rosa pq um tratamento oncológico é permeado por processos emocionais e físicos difíceis que exigem muita fé, força e resiliência. São momentos de pequenos lutos e nova composição corporal. Sentimentos confusos e questionamentos que exigem muita consciência e amor próprio. É tb um momento permeado por alguns medos, pois a finitude da vida está mais presente.
Dessa forma, mesmo nem tudo sendo rosa, devemos dar conta daquilo que nos compete e está ao nosso alcance. É preciso realmente muita coragem e nesse caminho é importante contarmos nossa história com dignidade e honra, a partir do que somamos e experienciamos e esse processo amoroso conosco pode ter a cor que quisermos!